A epilepsia na infância está associada frequentemente a problemas de aprendizagem, psicológicos e comportamentais. Estes problemas variam no tipo e na gravidade, desde dificuldades ligeiras até déficits específicos de aprendizagem.
O mesmo é válido para as alterações comportamentais que podem variar entre quadros de hiperatividade e déficit de atenção até quadros mais graves com impulsividade, irritabilidade, ansiedade e depressão. Pode associar-se de forma menos frequente a perturbações do espectro do autismo.
O plano terapêutico da epilepsia em idade pediátrica deve considerar estratégias de intervenção multidisciplinar para prevenção e detecção precoce destas alterações/comorbidades.
Os problemas sócio-familiares são também importantes nestes doentes, destacando-se a superproteção familiar, a baixa autoestima com dificuldades de relacionamento com os colegas, falta de motivação com grande desinteresse pela escola e todo o tipo de atividades circum-escolares.
Destacamos a seguir as três dúvidas mais comuns aqui na Clínica Cukiert sobre a epilepsia na infância. Confira as respostas!
A epilepsia acomete cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 10,5 milhões são crianças. Aproximadamente 70% dessas pessoas possuem ótima resposta a medicamentos ou a fármacos anticrise epiléptica, mas em torno de 30% são considerados como tendo epilepsia de difícil controle ou farmacorresistente. O melhor direcionamento para o tratamento da epilepsia envolve planejamento terapêutico individualizado em que não só o controle das crises deve ser priorizado, mas também fatores como o desenvolvimento motor, psicológico e neurológico da criança, efeitos adversos dos medicamentos ou outros agravos que possam gerar desfecho negativo na qualidade de vida.
Há uma infinidade de tipos de síndromes epiléticas infantil. Alguns dos fatores que devem ser considerados no diagnóstico são as características das crises, que devem ser descritas ao neurologista. Alguns pais, inclusive, registram as crises em vídeo, um fator que também pode ajudar no diagnóstico da epilepsia infantil. Além disso, outros dados importantes que devem ser apresentados ao médico durante a consulta são: idade, horário da primeira convulsão, gênero na criança, se ele é maiorzinho e está apresentando dificuldades de aprendizagem. No caso de síndromes epiléticas desenvolvidas a partir de traumas cerebrais ou de infecções cerebrais como encefalite serão solicitados exames de imagem como ultrassom e raio-x da região da cabeça. No caso da meningite, o médico realizará a punção na região da espinha do pequeno, em que uma agulha é colocada na espinha para coletar uma amostra do liquor, que será diagnosticada em laboratório. Um exame bastante utilizado por especialistas da área para identificar os tipos de síndrome epilética é o eletroencefalograma, que registra, com a ajuda de um aparelho, as correntes elétricas do cérebro da criança.
A incidência relatada de epilepsia nas famílias das crianças com ausência varia de 15% a 40%. A crise de ausência é caracterizada pelo “desligamento” da pessoa por alguns segundos, retomando o que estava fazendo normalmente em seguida. Aos olhos dos outros, parece que a criança está “sonhando acordada” ou que está perdida em pensamentos, mas na verdade, ela pode estar tendo um quadro de crise de ausência. Os sintomas da crise de ausência na infância costumam aparecer de forma inesperada e podem se repetir diversas vezes ao dia, ou podem acontecer durante várias semanas e até mesmo meses. Estas crises, geralmente, são identificadas por: distração; introversão (a pessoa fica mais absorta); sonolência.
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