A neurocirurgia sempre esteve à frente na incorporação de novas tecnologias pela delicadeza com que o cérebro deve sempre ser tratado. Cirurgias minimamente invasivas para tumores, tratamento endovascular para aneurismas (sem necessidade de abertura do crânio), técnicas de estimulação cerebral para tratamento da dor, e de Mal de Parkinson etc, já são realidades incorporadas.
Contra a recomendação de seus médicos, o senador McCain foi submetido a uma cirurgia neurológica minimamente invasiva, realizada através da pálpebra, e retornou ao senado em poucos dias.
Como em outras especialidades médicas, o robô tem sido utilizado recentemente na neurocirurgia. Ele é capaz de reduzir o tempo cirúrgico de alguns procedimentos pela metade. Não se trata de um substituto ao cirurgião, mas de tecnologia agregada.
Muitos dos procedimentos em neurocirurgia incluem remoção ou lesão de tumores, nódulos, cistos etc. Recentemente, foi introduzida a ablação a laser de tumores e outras lesões cerebrais. A tecnologia, que inclui apenas uma perfuração no crânio, incorpora a precisão da neurocirurgia, a medida em tempo real da temperatura do cérebro e a possibilidade de observar (também em tempo real) a lesão que está sendo realizada, transferindo maior segurança ao procedimento.
Outra tecnologia em franco desenvolvimento é a utilização de ultrassom focado em neurocirurgia, totalmente não-invasiva, sem qualquer corte e que é capaz de realizar lesões bem localizadas. Ainda tem um longo caminho a percorrer, mas está aí para ficar e seu desenvolvimento adequado pode mudar muitos paradigmas.
Muitas vezes, a medicina e a sociedade incorporam tardiamente tecnologias já existentes (como o GPS, que já era utilizado há tempos no âmbito militar), mas com o acesso cada vez mais fácil às novas tecnologias, veremos sua implementação na medicina de maneira cada vez mais rápida.
Artigo produzido por Dr. Arthur Cukiert e veiculado no site Veja Online. Matéria original disponível aqui.
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