Ainda em quarentena, as dúvidas em torno da covid-19 (coronavírus) não param de surgir. Quando falamos em grupo de risco, surgem ainda mais questionamentos porque as particularidades de cada grupo podem ser um fator de risco. Com a epilepsia não é diferente. O paciente epiléptico tem maior risco de infecção por covid-19? As convulsões podem piorar ou ser mais frequentes se alguém com epilepsia for infectado com o novo coronavírus? Estas são algumas das perguntas que responderemos neste texto.

O que é a covid-19?

Antes de nos aprofundarmos nos aspectos individuais da epilepsia, é importante compreender o que é o coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, a covid-19 é uma doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que apresenta um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria dos pacientes com a doença (cerca de 80%) pode ser assintomática e cerca de 20% dos casos podem requerer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória – desses casos, aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório para o tratamento de insuficiência respiratória.

O grupo de risco – pessoas que estão mais suscetíveis a contrair a covid-19 e apresentam as complicações mais graves – é composto por portadores de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, doenças pulmonares crônicas, doenças cardíacas, pessoas acima de 60 anos de idade e com sistema imunológico enfraquecido.

E qual é a relação da covid-19 com a epilepsia? Confira abaixo.

Epilepsia x covid-19

A fim de orientar os pacientes com epilepsia e seus familiares, a Liga Internacional Contra Epilepsia levantou as principais dúvidas relacionadas ao assunto e as esclareceu:

As pessoas com epilepsia têm maior risco de infecção por covid-19?

Atualmente, não há evidências de aumento do risco de infecção em pessoas com epilepsia em comparação com a população em geral.

As pessoas que estão controladas com medicamentos, ou que apresentam convulsões ocasionais e sem outros problemas de saúde, não correm maior risco.

Para algumas pessoas, a epilepsia faz parte de uma síndrome ou trata-se de epilepsia associada a outras condições ou problemas de saúde. O risco de infecção pode aumentar se esses problemas de saúde afetam o sistema imunológico. Por exemplo: idosos e pessoas com certas condições a longo prazo, como diabetes, câncer, pressão alta, doenças cardíacas e doenças pulmonares crônicas.

Pessoas com convulsões não controladas (especificamente as causadas por febre ou infecção) podem estar mais vulneráveis a um aumento de convulsões no momento da infecção, mas ainda não há evidências disso. O mais importante é garantir que as pessoas com epilepsia continuem tomando seus medicamentos regulares e evitem outros desencadeadores de crises, como álcool e privação do sono.

Pacientes epilépticos têm probabilidade de apresentar complicações desencadeadas pela covid-19?

Qualquer pessoa com um sistema imunológico comprometido ou desafios médicos contínuos pode ter mais riscos de complicações. Os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) incluíram a epilepsia em uma lista de condições que podem aumentar o risco de infecção grave por covid-19, provavelmente por ser uma condição neurológica crônica. O Reino Unido incluiu pessoas com condições neurológicas crônicas (sem especificar epilepsia) como um grupo “em risco”.

As crises podem piorar ou ser mais frequentes se alguém com epilepsia estiver infectado com covid-19?

Até o momento, as informações sugerem que há um risco baixo de piora das convulsões para a maioria das pessoas com epilepsia, caso sejam infectadas. No entanto, adoecer – particularmente apresentar febre – pode tornar as convulsões mais frequentes. A doença estressa o corpo e o estresse também pode aumentar o risco de crises convulsivas.

Devo ir a um serviço de emergência se tiver uma convulsão ou um grupo de convulsões?

Os pronto-atendimentos estão superlotados em decorrência dos casos de covid-19 e pode haver pessoas que apresentam os sintomas da doença. Estes locais separam os casos suspeitos dos que podem ser de outros problemas de saúde, mas ainda assim há risco de infecção. Se você puder, evite os pronto-atendimentos. Se o seu caso não é grave, busque ajuda em um consultório médico.

A maioria das crises tônico-clônicas (crises com atividade convulsiva) dura menos de 2 a 3 minutos e não requer serviços médicos de emergência ou atendimento hospitalar. No entanto, alguns casos requerem atendimento emergencial:

• Se as convulsões tônico-clônicas durarem mais de 5 minutos;
• Se ocorrerem convulsões na água (banhos, natação);
• Se as convulsões forem seguidas por confusão ou recuperação anormal;
• Se as convulsões causarem ferimentos potencialmente perigosos.

Estas são as orientações gerais quando relacionamos epilepsia e covid-19, mas você pode ter outras dúvidas. Neste caso, contate o seu médico para seguir as orientações mais adequadas. Para ler o texto da Liga Internacional Contra Epilepsia clique aqui.

Este conteúdo não substitui a orientação do especialista. Para esclarecer quaisquer dúvidas e realizar diagnósticos, consulte o seu médico.

Imagem: Freepik

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